
Existem conceitos que na minha opinião são princípios, ou seja, algo que deveria reger as atitudes e processos da vida profissional. Dentre eles, alguns são ainda mais importantes quando se é designer. Já parou para pensar nisso? Vou te contar quais são os que já identifiquei e que preciso adotar todos os dias como sendo a base do meu trabalho.
Vamos ao primeiro de 5.
EMPATIA
Pra saber bem certinho o que é empatia, você pode dar uma olhada no dicio ou na Wikipédia. Mas acho que você já deve estar careca de saber. Resumindo: uma capacidade de se colocar no lugar dos outros.
Então empatia é um princípio que todo designer precisa adotar. Não para ser “bonzinho”, mas porque é a coisa certa a fazer ao desenvolver um produto, comunicação ou serviço.
A série sobre design chamada Abstract, que está disponível no Netflix traz muito forte essa ideia. Cada projeto de produto, ilustração ou ambiente mencionados tem como base um estudo detalhado sobre o usuário.
A consequência é que o projeto passa a entregar recursos e funcionalidades especialmente para aquele público, que acaba se tornando mais fiel à marca, por ter suas necessidades atendidas.
Marcas como Nike, Ikea ou Chrysler são citadas neste documentário. Vale a pena assistir.
Já dizia Jesus Cristo…
Como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles. Lucas 6:31
Tinker Hatfield, designer da Nike, estudou os desgastes das juntas dos tornozelos e calcanhares dos jogadores de basquete para desenvolver os tênis que esse grupo de atletas precisaria para jogar. Também estudou estilos, maneiras de agir, pensar, ou seja, uma pesquisa etnográfica aplicada ao desenvolvimento dos produtos. Desenvolveu também a linha de tênis Air Jordan baseada na história e na vida de Michael Jordan, fazendo com que fosse exatamente esse o calçado que o atleta quisesse utilizar em quadra (segundo o jogador). Resultado? sucesso pra Nike. Ou seja, ele não criou algo que ele achava que seria bom e bonito. Ele criou algo que atendeu uma série de necessidades de um grupo de usuários específico. Ou seja, ele não se baseou apenas na própria intiuição, foi um trabalho que teve a empatia por princípio.
O que você faria se estivesse no lugar deles?
“Houston, we have a problem“. Se você já assistiu Apollo 13, já curtiu o Tom Hanks falando essa frase ícone do filme. Eles tiveram um problema e o oxigênio estava se esgotando. Então os colegas que estavam em Houston projetaram uma solução que pudesse ser reproduzida com os recursos disponíveis na nave. Foi isso que garantiu a sobrevivência dos tripulantes. A peça projetada precisava resolver um problema e sua forma acompanhou a função. Isso é design baseado em empatia.
Conclusão
Então da próxima vez que a gente for criar uma solução para um certo público, que tal utilizar coisas que se encaixam exatamente na necessidade deles? Que tal estudar (ou pelo menos imaginar) como eles pensam, quais são as suas histórias, cultura, estilo, etc?
Se não há um “problema” necessariamente a ser “resolvido”, pense na experiência de uso, será que existe algo que melhora a usabilidade, legibilidade, execução da tarefa, acesso a um tipo de serviço, etc?
Esse processo simples pode gerar muitos insights e às vezes é isso que falta nos nossos projetos. Aquela “fagulha” que desencadeia uma ideia genial, um diferencial ou um princípio de inovação para um determinado mercado.
A consequência é encantar o cliente, fidelizar o público, gerar desejo pela marca e lucro nos negócios.
Por isso empatia é um princípio vencedor, que precisa nortear os nossos projetos.
Até o próximo!
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Elize